Para não correr tantos riscos com as chuvas previstas para a primavera o agricultor Irineu Paulus, de Jaguarão, adotou a estratégia de escalonar o plantio de trigo em três etapas. Com os trabalhos iniciados dia 24 de maio e encerrados no dia 21 de junho, ele respeitou a indicação do zoneamento agrícola e acredita que até o momento o clima foi favorável.
"Só não pode chover muito mais, para não encharcar o solo", explica. A primeira área plantada já está em ponto de aplicação de ureia. Os próximos cuidados serão no período de floração, pois se houver muita umidade podem aparecer fungos. A época de colheita, a partir de outubro, também não tolera grandes volumes de chuva, "mas isso não tem como controlar", conclui Irineu, que há sete anos vem mantendo 180 hectares em rotação com a soja.
No município o plantio está praticamente concluído, segundo a Emater/RS, restando ainda pequenas áreas com produtores que estão atrasados no zoneamento. A área total é de 1200 hectares. Em Arroio Grande a área também se mantém próximo aos 1200 hectares, com atividade que promove o aproveitamento da mão de obra no campo durante o inverno. Já em Santana da Boa Vista o plantio deve ocupar 2.500 ha e ainda está sendo concluído.
Conclusão no Estado
O plantio de trigo no Rio Grande do Sul, de forma geral, se mostrou com considerável atraso no início do mês. De acordo com Informativo Conjuntural da Emater/RS, nas últimas semanas, a semeadura evoluiu de forma diferenciada entre as regiões, sendo mais lenta do Norte para o Noroeste, devido às chuvas mais intensas durante os últimos dias.
O plantio de trigo no Rio Grande do Sul, de forma geral, se mostrou com considerável atraso no início do mês. De acordo com Informativo Conjuntural da Emater/RS, nas últimas semanas, a semeadura evoluiu de forma diferenciada entre as regiões, sendo mais lenta do Norte para o Noroeste, devido às chuvas mais intensas durante os últimos dias.
Do Centro para o Sul e Fronteira Oeste, o plantio seguiu praticamente normal, alcançando em alguns casos os 80% do previsto. Apesar do aumento significativo, alcançado basicamente entre os dias 15 e 22, a atual marca fica atrás dez pontos em relação à média histórica para este período.
Nesse sentido, muitos produtores têm preferido trabalhar em condições desfavoráveis, devido ao excesso de umidade, do que perder o período preferencial para o plantio. Em boa parte das principais regiões produtoras, esse período se encerra entre o dia 30 deste mês e o dia 10 de julho.
Nesse sentido, muitos produtores têm preferido trabalhar em condições desfavoráveis, devido ao excesso de umidade, do que perder o período preferencial para o plantio. Em boa parte das principais regiões produtoras, esse período se encerra entre o dia 30 deste mês e o dia 10 de julho.
Redução da margem
A decisão do governo de isentar a Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de trigo de fora do Mercosul deve trazer prejuízos expressivos para o setor produtivo. A retirada do imposto de 10%, autorizada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), vai vigorar até 15 de agosto para um volume de um milhão de toneladas.
A decisão do governo de isentar a Tarifa Externa Comum (TEC) para a importação de trigo de fora do Mercosul deve trazer prejuízos expressivos para o setor produtivo. A retirada do imposto de 10%, autorizada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), vai vigorar até 15 de agosto para um volume de um milhão de toneladas.
Diagnósticos
Na análise do consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, a medida vai colaborar muito para uma redução de área na próxima safra (2015/2016), que será plantada no primeiro semestre do ano que vem. "O governo, de um lado, pela agricultura, sinaliza que quer estimular o trigo e, de outro, pela Fazenda, dá sinais claros que vale tudo para controlar a inflação, até mesmo ajudar a derrubar os preços de um produto agrícola às vésperas de uma colheita histórica".
Na análise do consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, a medida vai colaborar muito para uma redução de área na próxima safra (2015/2016), que será plantada no primeiro semestre do ano que vem. "O governo, de um lado, pela agricultura, sinaliza que quer estimular o trigo e, de outro, pela Fazenda, dá sinais claros que vale tudo para controlar a inflação, até mesmo ajudar a derrubar os preços de um produto agrícola às vésperas de uma colheita histórica".
Cogo salienta que o mercado não está desabastecido e que os preços já vinham caindo no mercado interno, desde que começou a se desenhar uma projeção de colheita recorde no Brasil, associada ao aumento de 19% da área plantada na Argentina, principal supridor externo do Brasil, e a tendência de queda dos preços globais do grão.
O analista lembra que o produto adquirido de outros países deve chegar ao Brasil na época de colheita da safra nacional de trigo e a indústria já vai estar abastecida com cereal importado. Isso poderá provocar falta de liquidez no mercado interno e deverá interferir negativamente nos preços pagos ao triticultor brasileiro.
Índices
Para Cogo, o mais importante é manter a TEC de 10% sobre as importações de trigo, especialmente no período da colheita e da comercialização da safra, que, no Brasil, se concentra de agosto a março. O Rio Grande do Sul ainda tem mais de 650 mil toneladas de trigo em estoque e agora pode ficar sem mercado para o produto.
Para Cogo, o mais importante é manter a TEC de 10% sobre as importações de trigo, especialmente no período da colheita e da comercialização da safra, que, no Brasil, se concentra de agosto a março. O Rio Grande do Sul ainda tem mais de 650 mil toneladas de trigo em estoque e agora pode ficar sem mercado para o produto.
Fonte Diário Popular