Os manifestantes acabaram recebendo apoio dos habitantes do município, o que intensificou o embate — que seguiu pela noite. Os ânimos começaram a esquentar no fim da tarde. A PRF iniciou a intervenção para retirar os manifestantes com suporte da Força Nacional, autorizada a desobstruir rodovias pelo governo federal. Com escudos, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, o policiamento dispersou o grupo na beira da rodovia, arrancou faixas e efetuou prisões.
A partir desse momento, moradores de Camaquã começaram a responder com pedras, rojões e pedaços de madeira. Um policial mostrou esferas de metal do tamanho de bolas de pingue-pongue que foram arremessadas com uso de estilingue.
Estouros passaram a dominar o ambiente até o início da noite. A escuridão aumentou quando as luzes à beira da BR-116 se apagaram. Com pneus e pedaços de madeira, uma fogueira foi montada na entrada da cidade — como que uma barricada para impedir a passagem rumo às ruas.
Por volta das 23h, com o fogo diminuindo de intensidade e a menor circulação de policiais, o sinal era de que o confronto estava chegando ao fim. A PRF informou que permaneceria no local para garantir que a BR-116 tenha o trânsito liberado. Segundo o hospital da cidade, duas pessoas foram atendidas feridas por bala de borracha e outras quatro sofreram falta de ar devido a bombas de gás.
Na sexta-feira passada, a PRF e a Força Nacional liberaram o bloqueio que caminhoneiros realizavam na BR-101, em Três Cachoeiras. Nesse trecho, a ação durou poucas horas depois de prisões e uso de bombas de gás. Em Camaquã o confronto foi mais intenso – apesar de a BR-116 não estar bloqueada. Os manifestantes estavam tentando parar caminhões para se juntarem ao movimento.
Pelo menos 20 manifestantes haviam sido presos na segunda pela PRFem quatro pontos do Estado. Conforme o inspetor Marcelo Lopes Remião, chefe da 2ª delegacia da PRF, 70 homens de outras partes do Brasil estão se deslocando para o Rio Grande do Sul. O movimento perdeu força no país e ficou concentrado em rodovias catarinenses e gaúchas.
Fonte Zero Hora