A Polícia Federal de Rio Grande, com apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) apreendeu neste domingo (22) seis toneladas de tainha. Foi durante uma operação de fiscalização a embarcações pesqueiras para coibir a pesca de espécies protegidas pelo período do defeso.
No transcorrer da fiscalização foram flagradas duas embarcações realizando a descarga de pescados em um trapiche na 4ª Secção da Barra, em Rio Grande com aproximadamente seis mil quilos do pescado.
O responsável pela pesca proibida foi identificado e preso em flagrante, sendo conduzido para a Delegacia de Polícia Federal em Rio Grande. Dez policiais federais participaram da ação a bordo de uma Lancha de Patrulha Costeira _ LPC ANTARES.
Proibido
No período entre 15 de março e 15 de agosto, segundo a Instrução Normativa 171 do Ibama, de 9 de maio de 2008, a pesca do peixe tainha (Mugil platanus e Mugil liza) está proibida em todas as desembocaduras estuarino-lagunares do litoral das Regiões Sudeste e Sul. A medida inclui os territórios das Áreas de Proteção Ambiental Marinha do Estado de São Paulo, nos litorais: norte, centro e sul.
A partir do dia 15 de maio, a temporada anual da pesca da tainha será aberta somente no litoral, permanecendo fechada até 15 de agosto nas desembocaduras estuarino-lagunares. Define-se como "desembocaduras estuarino-lagunares", as áreas entre 1000 m da boca da barra para fora (em direção ao oceano), a 200 m à montante da boca da barra (para dentro do rio), e de 100 m de extensão nas margens adjacentes às desembocaduras dos estuários.
A Tainha
É uma espécie costeira e migratória, que ocorre desde o Rio de Janeiro até a Argentina. No outono, fugindo das águas frias, inicia a migração do estuário da Lagoa dos Patos/RS em direção ao norte. No Litoral do Estado de São Paulo, a tainha aparece em maior quantidade entre os meses de maio a agosto.
A captura da tainha era uma prática tradicional dos pescadores artesanais, realizada por meio do "arrastão de praia". Atualmente, a tainha também se tornou uma espécie-alvo importante para a frota industrial que, com a diminuição de outros recursos pesqueiros, passou a capturar espécies anteriormente consideradas acessórias.
No litoral de São Paulo, o arrastão de praia não é mais utilizado devido à pouca disponibilidade dos cardumes, entre outros fatores. A captura de tainha pela pesca artesanal é feita hoje em dia com rede-de-emalhe.
Fonte: Diário Popular