Por mais um ano, fica mantido o valor de 300 dólares para compras de mercadorias no exterior com isenção do imposto de importação, segundo decisão publicada nesta segunda-feira (29) no Diário Oficial da União. A portaria 415, do Ministério da Fazenda, altera a vigência da cota de 150 dólares, que deveria iniciar nesta terça-feira (30), como previa a portaria MF 307, para julho de 2016. Fica também adiada pelo mesmo período a criação dos free shoppings em cidades gêmeas de fronteira. Alguns setores, no entanto, já defendem o aumento do limite para 500 dólares.
O Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu (Codefoz) comemorou a decisão por avaliar que a manutenção da cota vai preservar os empregos existentes na fronteira ligados ao turismo de compras. Entretanto, o superintendente de Comunicação Social de Itaipu, também presidente do Fundo Iguaçu e ainda secretário do Codefoz, Gilmar Piolla, é a favor do aumento da cota para 500 dólares, pois acredita que poderia atrair à fronteira até um quarto dos turistas que hoje viajam ao exterior para fazer compras, principalmente nos Estados Unidos.
Para o representante dos free shops de Rio Branco, Mario Vidale, a alta do dólar já havia reduzido naturalmente o poder de compra do brasileiro. Apesar disso, admite que para o setor é bem melhor não ter havido a diminuição prevista. "Aliás, não esperávamos outra coisa. Veio de encontro às nossas expectativas", comenta. O movimento, segundo ele, tem melhorado e pode-se dizer que estabilizou. "É uma fronteira muito equilibrada em matéria de vendas", acrescenta.
O presidente do Sindilojas de Pelotas, Gilmar Bazanella, destaca que a cota vai baixar no momento em que funcionarem os free shops do lado brasileiro e que isso será ruim para o comércio local. "Na verdade, vai ficar pior, porque a cota ficará em 150 dólares do lado uruguaio e 300 no de cá, totalizando 450. Para cidades como a nossa fica pior", observa.
Conforme o lojista, para o comércio local seria bom que ficasse em 150, mas ainda é grande o volume de compras na zona franca do Uruguai, embora o aumento do dólar tenha propiciado uma redução, principalmente nos setores de confecções e calçados. Contudo, eletrodomésticos e bebidas continuam com preços atrativos.
Vidale ressalta que os lojistas dos free shops de Rio Branco veem com bons olhos a instalação de zona franca do lado brasileiro por considerar que formará um polo comercial na região, tornando-se uma atração muito especial. "Vai aumentar o fluxo de público para todos. Vimos com muito bons olhos", garante.
Sem unanimidade de posição
O prefeito de Jaguarão, Claudio Martins (PT), diz não haver unanimidade de posição quanto ao valor da cota, mas que no seu município os setores envolvidos são favoráveis ao limite de 150 dólares. "Não posso falar pelos outros prefeitos, porque não existe uma discussão geral", fala. Conforme Martins, o movimento para que não houvesse redução foi de alguns setores de políticos e empresários de Santana do Livramento, que não representam as cidades gêmeas de fronteira.
Fonte: Diário Popular