Ela é R.D.B., de 41 anos, moradora de Três Cachoeiras, no Rio Grande do Sul. A auxiliar administrativa conheceu o acusado - M.P.C., da mesma idade - por um site de relacionamentos. O indivíduo convidou a vítima para passar uns dias em Pelotas e, inclusive, foi esperá-la na rodoviária na quinta-feira. Como forma de atraí-la, ele disse que trabalhava como "auditor da Receita Federal".
No entanto, o que parecia uma simples visita, se transformou em um pesadelo para ela. O homem a levou para sua casa, no Valverde, e a manteve em cárcere privado no local. A vítima contou que o ele a obrigou a fazer sexo à força, utilizando de violência. Ela também teve que fazer compras para o criminoso, no valor de R$ 500,00. "Eu precisei fazer tudo o que ele quis. Ele disse que ia me matar. Nunca pensei que ia passar por isso. Ele me amarrou e me obrigou a transar com ele, disse que era uma fantasia."
R.D.B. tem três filhos e é mãe solteira. Ela conta que os dois começaram a se comunicar em março. De férias, resolveu sair do Litoral Norte para conhecer o amigo virtual. "Quando começamos a nos falar ele parecia um pouco agressivo, mas depois se tornou carinhoso. Desde a segunda vez ele já dizia que queria me conhecer. Como eu sou teimosa eu vim até aqui pra não perder a oportunidade de conhecer uma pessoa boa. Quando cheguei e vi que tudo era mentira, me desesperei", diz. Natural de São Paulo, a mulher afirma que que podia andar livre pela casa, mas não tinha nenhum contato com a rua. Além de ser abusada sexualmente, ela foi maltratada e não recebeu alimentação.
R.D.B. foi libertada pela mãe do acusado depois de muito gritar por socorro. Livre do pesadelo - que durou pouco tempo, mas deixou marcas severas - ela deixa um alerta para as mulheres que utilizam as redes sociais para buscar relacionamentos. "Sempre que eu via na televisão eu pensava que isso nunca aconteceria comigo, mas não é bem assim. As mulheres tem que ter muito cuidado pra isso não se repetir. Eu não me iludo com bens materiais, mas me iludi com o carinho. Ele acabou com a minha vida."
A auxiliar administrativa finalizou a conversa com lágrimas nos olhos e um desabafo: "Eu sempre quis vir a Pelotas, sempre quis conhecer a Fenadoce. Agora eu quero ir embora daqui e nunca mais vou voltar". Ela foi conduzida ao Hospital de Pronto-Socorro (HPS), onde realizou vários exames, inclusive o de HIV. Policiais da Patamo informaram que o próximo procedimento seria levar a vítima até a rodoviária para conseguir mandá-la de volta para casa.
Reincidência
Esta é a segunda acusação de cárcere privado de M.P.C.. Em 2004 o indivíduo respondeu por uma ocorrência que envolvia uma menor de 14 anos, em Rio Grande. O homem ficou detido na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Ele pode responder pelos crimes de estupro, falsidade ideológica, cárcere privado e extorsão.
Fonte: Diário Popular