Agora falta pouco. Depois de quase nove meses de espera, o impasse envolvendo os contratos para construção das plataformas P-75 e P-77 está prestes a ter final feliz para a região. Na manhã desta sexta-feira (6), representantes da Petrobras assinaram documento para realização das operações no Rio Grande.
A expectativa, agora, é pela assinatura por parte do Consórcio QGI Brasil, vencedor de licitação para executar o projeto. De acordo com o prefeito, Alexandre Lindenmeyer (PT), o acordo deve estar firmado pelas duas partes já na próxima semana.
No Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte a notícia foi recebida com cautela. "Estamos com 50% do nosso objetivo atingido", disse o vice-presidente, Sadi Machado, mas há esperança. "Se a Petrobras, que é quem tem o dinheiro, assinou, já podemos ficar contentes."
A construção das plataformas significaria alívio para a indústria naval e poderia gerar cerca de 2,5 mil empregos diretos e dois mil indiretos, segundo o prefeito. Hoje, o setor possui quase oito mil empregados e cerca de nove mil desempregados. O contrato marca a retomada das atividades no estaleiro Honório Bicalho, operado pelo QGI. "(A assinatura) é um passo gigante para a definição deste cenário que nos preocupou demais."
Com isso, o Consórcio também estaria apto a disputar novas licitações previstas para ocorrer em meados de 2016.
Detalhes sobre os valores dos contratos, chamada de funcionários e novo cronograma de obras ainda não foram divulgados. Também há dúvida se as plataformas serão construídas 100% no Rio Grande ou se parte irá para outro local.
A P-75 estava prevista para ser entregue em 2016, e a P-77 em 2017. Depois de prontas, as duas plataformas serão destinadas ao campo de Búzios. Cada uma é projetada para produzir 150 mil barris diariamente.
O Diário Popular entrou em contato com assessores da Petrobras e do QGI, mas eles não se pronunciaram oficialmente sobre o assunto.
Entenda
Em fevereiro de 2015, o Consórcio QGI Brasil (formado pelas empresas Queiroz Galvão e Iesa Óleo e Gás) pediu aditivo de US$ 25 milhões no contrato de US$ 3 bilhões assinado em 2013 para a construção das plataformas P-75 e P-77. A alegação era de distorções entre o projeto básico e o projeto definitivo. A Petrobras recusou a proposta e foi ventilada a possibilidade de transferir os projetos para a China.
Com isso, o Consórcio desistiu da montagem e integração dos módulos das duas plataformas. A ação suspendeu as quatro mil contratações programadas para a operação.
A partir daí, a Petrobras montou dois comitês, um para analisar o aditivo e outro para relicitar as obras. Neste meio tempo, o custo do aditivo aumentou para US$ 130 milhões devido ao longo período que o projeto ficou parado. Desde então, Petrobras e QGI vinham tentando acordo para garantir a manutenção do contrato.
Fonte: Diário Popular