Vagner Farias Prestes, 33, foi espancado durante três horas antes de ser assassinado pelo colega de cela na madrugada desta segunda-feira (13), no Presídio Regional de Pelotas (PRP). A vítima foi agredida da 1h às 4h dentro da cela 8 da galeria D, dominada por uma das organizações criminosas que disputam o tráfico de drogas na cidade. O preso cumpria pena por furto qualificado.
Segundo a Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD) após espancar Prestes, o suspeito estrangulou e tentou forjar um possível suicídio ao enrolar uma corda semelhante a um cadarço no pescoço do detento.
Conforme a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), o homem foi encontrado morto na manhã de segunda por agentes penitenciários do PRP na hora da entrega do café da manhã dos presidiários. A direção do presídio informou que não irá se manifestar sobre o caso até que o inquérito seja concluído.
O administrador do PRP, Guilherme Ulguim, no entanto, garantiu que no momento da execução de Vagner Prestes havia servidores da Susepe realizando a ronda nos corredores da casa prisional. Ainda de acordo com Ulguim, o suspeito e os demais presos que ocupavam a cela serão transferidos para outras penitenciárias do Estado. "Tudo está sendo apurado. Se os agentes tivessem ouvido algum barulho, grito ou pedido de socorro teriam ido ao local verificar", comentou.
De acordo com a Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD), um desentendimento entre Vagner e o colega de cela - já identificado pela Especializada como autor do homicídio - por conta do uso de drogas teria sido a motivação para o crime. Além da vítima e do suspeito, outros 11 presos estavam na cela no momento do assassinato. As celas têm capacidade para até quatro detentos, mas algumas chegam a abrigar 14.
Para o professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e sociólogo, Luiz Antônio Bogo Chies, situação de morte dentro da penitenciária é um atestado de incapacidade de intervenção por parte do Estado. "É incompreensível que num local onde o individuo já está sendo punido pelo Estado e que o mesmo deveria preservar pela integridade física, aconteça esse tipo de evento. Isso demonstra a necessidade de novas políticas criminais", comentou.
A morte de Vagner Farias Prestes é o 12º homicídio em Pelotas desde o início do ano.
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