Kemily Vitória Rosa Farias é a primeira criança vítima de bala perdida e homicídio doloso em Pelotas nos últimos cinco anos. A informação é do titular da Delegacia de Homicídios e Desaparecidos (DHD), Félix Rafanhim. "Desconheço outro caso envolvendo criança na cidade, ainda mais nessas circunstâncias", garantiu o delegado com base nos casos que atende desde a criação da DHD, em 2012.
De acordo com a polícia, o alvo do jovem E.P.V, apontado pela DHD como autor do disparo que acertou a criança próximo ao coração, seria um adolescente de 13 anos que acabou invadindo o pátio da casa da menina, no loteamento Barão de Mauá, na tentativa de fugir dos tiros. Conforme a Polícia Civil, não há indícios de troca de tiros. Kemily brincava com os irmãos quando foi baleada. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no Pronto-Socorro de Pelotas (PSP). A criança é a 63ª vítima da violência na cidade.
Reconhecido por testemunhas como autor dos disparos, E.P.V., foi preso e o seu primo, menor de 13 anos, apreendido por policiais militares do Pelotão de Operações Especiais (POE), no loteamento Ceval. Com eles, a BM encontrou munições calibre.38, maconha e balança de precisão.
Na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), E.P.V. negou ser o responsável pela morte de Kemily e admitiu integrar uma das organizações criminosas que disputam o domínio dos pontos de venda de drogas na cidade. Uma tatuagem com o símbolo da facção está gravada no corpo do suspeito. Conforme o delegado Félix, a desavença entre E.P.V. e o menor alvo dos disparos nada tem a ver com a guerra de facções.
E.P.V. cumpria pena de prisão domiciliar desde abril por assalto à mão armada. Ele foi encaminhado ao Presídio Regional de Pelotas (PRP). O adolescente, primo do suspeito, foi liberado na DPPA. O enterro de Kemily será às 17h30min no Cemitério da Boa Vista.
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