O risco de perderem benefícios conquistados em 1985 nos Planos de Saúde, como serem isentos do pagamento e poderem incluir como dependentes pai e mãe estão entre as principais razões para a greve. As possíveis alterações no Plano serão analisadas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). As péssimas condições de trabalho devido ao número reduzido de servidores, o cancelamento de férias e a intenção da direção dos Correios em implementar a entrega alternada de correspondências também despontam entre os motivos para o descontentamento geral.
"Estamos cada vez mais sobrecarregados. Desde 2011 ninguém foi contratado. Só nos últimos três anos saíram 14 mil trabalhadores no Brasil", enfatiza o diretor da subsede de Pelotas, do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Rio Grande do Sul (Sintect-RS), Henrique Torales. E o encolhimento da estrutura não deve parar por aí. O governo teria a perspectiva de contar com apenas 80 mil trabalhadores até o ano de 2020; 26 mil servidores a menos do que é hoje, já com um serviço precário.
Na região
Atualmente, o número de profissionais distribuídos nos mais de 30 municípios da área de abrangência da regional é de, no máximo, 480. Para que as entregas ganhassem o ritmo ideal, a estimativa é de que aproximadamente mais 50 precisariam estar nas ruas.
Finanças
A categoria contesta, duramente, a informação da direção dos Correios de que a estatal teria déficit financeiro. "Entre 2011 e 2015 cerca de R$ 6 bilhões foram retirados do caixa e o dinheiro nunca mais voltou", afirma Torales e levanta hipótese dos desvios. Os patrocínios, tradicionalmente, realizados pelos Correios também seriam um indicativo de que os recursos não estariam tão escassos - defendem os servidores. A estratégia nada mais seria do que a decisão do governo de desmonte da estrutura pública. Jogada para privatização.
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