Esse é o depoimento do professor da Fundação Universidade do Rio Grande (Furg) sequestrado por homens armados na noite desta quarta-feira (26) em frente a casa da mãe, na rua Ernesto Dornelles, centro do Rio Grande. Segundo ele, dois homens armados o renderam e o levaram para o cativeiro, em uma casa no bairro Getúlio Vargas. Lá, além de ter sido agredido pelos criminosos, permaneceu amarrado, com os olhos vendados e na mira de bandidos por mais de seis horas. "Eles fumavam crack e jogavam a fumaça no meu rosto. Minha maior felicidade foi ter ouvido os policiais civis invadindo o cativeiro. Sinto que renasci e vou honrar esta oportunidade". desabafou.
A investigação aponta que o professor foi escolhido de forma aleatória na rua. De acordo com o titular da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Captura e Entorpecentes (Derfrec), Ronaldo Coelho, a ação dos criminosos teve como propósito utilizar o veículo da vítima, um Renault Megane, para cometer um homicídio na 4ª Secção da Barra. Em depoimento à polícia, um menor de 14 anos que foi apreendido após uma troca de tiros com policiais, contou onde estava o professor. O jovem disse ainda que a ordem do chefe da quadrilha era cometer o crime na Barra, depois assassinar o professor e "desovar" o corpo em qualquer lugar. Até agora, dois adolescentes foram apreendidos e um homem foi preso.
O crime seria uma vingança pela morte de Alyffer Amaral Schimidt, de 16 anos, na última terça-feira, também na 4° Secção da Barra. Cerca de 30 policiais civis foram envolvidos na operação.
"Há disputa de dois grupos rivais por ponto de tráfico, território de tráfico, envolvendo a Barra e o Bairro Getúlio Vargas. O rapaz que foi morto na Barra, na terça-feira, era do BGV e o pessoal da gangue dele resolveu ir lá para se vingar da morte do companheiro", disse o delegado. Duas armas e uma faca foram apreendidas pela polícia. Na tarde desta quinta-feira policiais da 3ª DP do município prenderam o acusado de ter assassinado Alyffer.
Fonte: Diário Popular