Pelo registro policial, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada por volta das 23h30min pelo primo de P.A.B. Os socorristas então solicitaram o apoio da Guarda Municipal. Já no local, os paramédicos perceberam que o paciente estava com uma faca. Em crise, o jovem investiu contra a equipe que conseguiu fugir.
Os dois guardas municipais no serviço de apoio tentaram conter a vítima, mas a mesma atacou um deles que acabou esfaqueado. No mesmo momento, o outro agente de segurança usou o spark (arma de choque) sem sucesso, uma vez que o paciente bateu no braço do guarda arremessando a arma para longe.
Ainda em surto, o jovem tentou arrancar a arma do guarda esfaqueado. Foi quando o outro agente de segurança efetuou um disparo acertando a cabeça da vítima. Para a polícia, o servidor municipal disse que foi a última alternativa para conter a fúria do jovem em surto.
Atendimento
Os guardas chamaram novamente o Samu e o paciente baleado foi levado para o Pronto-Socorro de Pelotas (PSP), onde na manhã deste domingo permanecia no setor de emergência.
Já os agentes de segurança foram até a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) relatar o fato. O primo da vítima também foi ouvido e confirmou que P.A.B. estava em surto e que investiu contra socorrista e guardas com um faca. Ele disse ainda que o rapaz sofre de depressão e passa por tratamento psicológico.
A pistola, as munições e o spark do guarda municipal foram apreendidos para investigação, assim como a faca usada pelo paciente.
Para o superintendente operacional da Guarda Municipal, Igor Bretanha, a reação à ocorrência não foi desproporcional e o disparo atingiu acidentalmente a cabeça do homem. De acordo com ele, a intenção do agente envolvido era impedir os ataques que poderiam vitimar técnicos do Samu, guardas e até familiares. "Foi uma ação em legítima defesa própria e de terceiros. Sem isso provavelmente estaríamos falando em mais pessoas lesionadas ou em óbito", justifica.
O secretário de Segurança Pública, Aldo Bruno Ferreira, defende a ação do guarda. "Este é um dos piores tipos de ocorrência, pois envolve uma pessoa em surto e que não é possível conversar e tentar convencê-la a ser conduzida pela equipe do Samu. O guarda é um rapaz muito centrado e competente, que esgotou todas as possibilidades. Não houve outra alternativa a não ser usar a arma de fogo, infelizmente", argumenta.
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