O governador José Ivo Sartori confirmou em pronunciamento na manhã desta segunda-feira (31) o parcelamento dos salários do funcionalismo referentes ao mês de agosto. O detalhamento do pagamento em quatro parcelas ocorreu durante pronunciamento oficial no Palácio Piratini.
"O parcelamento atinge a todos, inclusive o salário do governador, do vice, de todos que recebem pelo Executivo", disse Sartori, ao pedir compreensão dos servidores.
O depósito nas contas dos servidores foi de R$ 600 nesta segunda-feira. Uma segunda parcela de R$ 800,00 será depositada até o próximo dia 11 de setembro, contemplando nesta data 32% dos servidores que recebem até R$ 1.400,00 líquidos como vencimento integral.
Já no dia 15 está programado o crédito de R$ 1.400,00, elevando para 67% o percentual do funcionalismo do Poder Executivo com os salários integralizados. A parcela complementar para quem ganha acima de R$ 2.800,00 por vínculo será creditada até o dia 22.
O governador ainda confirmou que irá encaminhar nos próximos dias à Assembleia Legislativa do Estado o projeto que aumenta o limite dos saques dos depósitos judiciais.
Após o pronunciamento do governador, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, detalhou o parcelamento e disse que a situação é crítica. Ele afirmou que o projeto sobre a elevação dos limites de saques dos depósitos judiciais deve ser encaminhado na quarta-feira, ou no máximo na quinta, à Assembleia Legislativa.
Se o projeto que amplia para 95% o uso dos depósitos judiciais for aprovado nos próximos dias, os salários poderão ser quitados antes do dia 22. No entanto, Feltes afirmou que os depósitos são uma medida paliativa, que não resolve o problema estrutural das finanças estaduais.
Calendário de pagamento:
31 de agosto - R$ 600
11 de setembro - até R$ 800
15 de setembro - até R$ 1.400
22 de setembro - restante do valor para quem ganha acima de R$ 2.800.
Parcelamentos
Este é o segundo mês que os servidores estaduais recebem o salário parcelado. No mês passado, o Estado pagou R$ 2.150,00 aos servidores no dia 31 de julho. Depois, no dia 11 de agosto, o governo completou o restante do pagamento.
Para quitar os salários de julho, o governo optou por atrasar o pagamento da parcela da dívida com a União (R$ 263,9 milhões). Em função disso, o Estado teve as contas bloqueadas por nove dias – atrasando o pagamento de repasses previstos e fornecedores.
Escolas fechadas e policiamento restrito
Categorias de servidores estaduais iniciaram, nesta segunda-feira (31) uma paralisação de quatro dias em protesto contra o novo parcelamento dos salários. Extratos bancários mostram que o depósito será de R$ 600. Há registro de escolas fechadas e restrição no trabalho policial em Porto Alegre nesta manhã.
Segundo o Cpers Sindicato, a adesão dos professores deve ser de 100% nos quatro dias da greve. A Secretaria Estadual da Educação orienta que pais é responsáveis procurem cada instituição para saber sobre o andamento das atividades. A reportagem visitou pelo menos 15 escolas neste começo de manhã, e todas estavam com os portões fechados.
A Gaúcha percorreu batalhões da Brigada Militar nesta manhã, em Porto Alegre, e não constatou paralisação. No entanto, os brigadianos sinalizam com uma operação-padrão nesta semana. Na Polícia Civil, são atendidos ocorrências graves.
Fonte: Rádio Gaúcha