Em julgamento realizado na 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Inter foi condenado a pagar uma multa de R$ 720 mil pela acusação de utilizar e-mails falsos no caso do zagueiro Victor Ramos, do Vitória-BA.
Como o clube estava ameaçado de ser excluído da Série B, a punição, apesar de envolver altos valores, pode ser considerada branda.
Vitorio Piffero, presidente do clube na época em que o caso veio à tona, foi condenado a pagar multa de R$ 90 mil e suspensão de 540 dias.
Apesar de criticar o encaminhamento dado ao caso pelo clube, o relator José Nascimento disse que a exclusão seria medida excessiva.
Iniciado às 15h10min, o julgamento teve uma interrupção e se prolongou até 19h20min. Houve momentos de tensão, como o que exigiu a intervenção de Rodrigo Mendonça Raposo, presidente da 5ª Comissão, diante de forte uma discussão entre o advogado Rogério Pastl, do Inter, e Reynaldo Buzzoni, diretor de registro da CBF.
Também arrolado pela Procuradoria, Bernardo Zalan, funcionário do Departamento de Registros e Transferências da CBF, disse que os e-mails sofreram alteração de conteúdo, de assinaturas e de erros de português.
A primeira testemunha arrolada pelo Inter foi o próprio Piffero, que buscou desvencilhar-se de qualquer responsabilidade pelo envio dos e-mails. Na sequência, o clube pretendia chamar Pitágoras Dytz, testemunha técnica do Internacional, ex-consultor do Ministério dos Esportes, mas o pedido foi negado por ele não ter vivenciado os fatos.
Conforme Gustavo Juchem, vice jurídico do Inter, ficou comprovado nos autos do inquérito que o clube não tinha conhecimento sobre a falsidade dos documentos.
— O Inter foi surpreendido, porque recebeu esses documentos de fonte confiável, o conteúdo era verossímil —defendeu.
Ao fazer a defesa de Piffero, Pastl reclamou da falta de paridade, já que, em 110 dias de inquérito, o clube teve somente três para se defender. Chegou a dizer que seu filho pergunta que crime o Inter havia cometido, já que o tema tomou proporções de caso policial.
— Todo o STJD sabe que o registro do Victor Ramos foi irregular— ressaltou o advogado.
GAÚCHA