Sem Luan, dúvida até mesmo para o jogo contra o Botafogo por lesão muscular, o Grêmio perdeu boa parte de sua criatividade. Sem armação, Renato preferiu centralizar Ramiro e apostou nos passes e avanços de Arthur para construir as jogadas de ataque. Em circunstância normal, a estratégia até poderia funcionar. O problema é que, ciente de sua inferioridade, a Chapecoense montou um bloco defensivo do qual nunca se afastou. Restou, como recurso, o chute de longa distância, quase sempre sem resultado prático.
A primeira tentativa foi de Everton, a três minutos. A bola desviou no marcador, mas a arbitragem errou ao não marcar escanteio. O gol esteve muito próximo a 11 minutos, na única vez em que o Grêmio fugiu do convencional. Arthur fez lançamento e Ramiro, com inteligência, infiltrou-se por trás dos zagueiros e concluiu com perigo.
A sequência de faltas era outro recurso da Chapecoense, tendo Arthur como alvo preferencial. Tanto que, incomodado, Renato pediu maior rigor na aplicação de cartões amarelos. Jael, a novidade do time, teve chance de fazer gol a 27 minutos, em cruzamento de Léo Moura, mas o cabeceio, fraco, parou nas mãos de Jandrei. Faltava objetividade ao time e sobrava preocupação aos torcedores, já na projeção da partida da Libertadores. O Grêmio passou a chutar de longe ainda com mais frequência, com Arthur, Michel e Everton, mas só o terceiro arremate teve direção e parou nas mãos de Jandrei.
Só no final do primeiro tempo a Chapecoense arriscou. E, curiosamente, criou as chances mais claras da partida. Na primeira, a 42 minutos, após cobrança de lateral, Wellington Paulista torneou de cabeça e Grohe salvou no alto. Na segunda, em falha de Arthur, Wellington Paulista tentou por cobertura do meio de campo e Grohe precisou recuar para mandar a escanteio.
O segundo tempo foi aberto da pior forma possível para o Grêmio. Com apenas 40 segundos de jogo, Arthur Caike, lançado pela esquerda, teve liberdade na frente de Bressan e Thyere e venceu Grohe com um chute forte para fazer um inesperado 1 a 0.
Renato não demorou para trocar Ramiro por Patrick e Everton por Arroyo. Ficava claro que a Chapecoense, por ter conseguido muito mais do que esperava, iria se fechar ainda mais e insistir definitivamente nos contra-ataques, agora com o veloz Penilla como parceiro de Arthur Caike. A virada, assim, só surgiria na base da superação e Fernandinho foi o primeiro a perceber isso. A cinco minutos, ele livrou-se de três marcadores e, de pé esquerdo, desferiu um arremate forte.
Repetia-se o quadro da primeira etapa: a insistência do Grêmio não resultava em um número maior de conclusões. A Chapecoense, se não cometia tantas faltas, ganhava tempo demorando-se nas reposições ou em substituições. Como recurso final, Renato trocou Jael por Barrios. Pouco adiantou. Fernandinho seguiu sendo o jogador mais insistente contra uma equipe determinada a não perder.
BRASILEIRÃO _ 24ª RODADA _ 17/9/2017
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Léo Moura, Thyere, Bressan e Bruno Cortez; Michel e Arthur; Everton (Arroyo, 5'/2º), Ramiro (Patrick, 5'/2º) e Fernandinho; Jael (Lucas Barrios, 25'/2º)
Técnico: Renato Portaluppi
CHAPECOENSE: Jandrei; Apodi, Grolli, Fabrício Bruno e Reinaldo; Moisés Ribeiro, Lucas Mineiro, Canteros (Lucas Marques, 26'/1º) e Alan Ruschel (Penilla, int); Arthur Caike (Luiz Antonio, 33'/2º) e Wellington Paulista
Técnico: Emerson Cris (interino)
Gol: Arthur Caike (C), a 40" do segundo tempo
Cartões amarelos: Canteros, Wellington Paulista, Alan Ruschel, Apodi, Douglas Grolli (C), Michel (G)
Arbitragem: Marcelo de Lima Henrique, com Dibert Pedrosa Moises e Michael Correia (trio carioca).
Renda: R$ 406.709,00
Público: 14.618 (12.712 pagantes)
Local: Arena do Grêmio.
PRÓXIMO JOGO _ LIBERTADORES
20/9/2017, QUARTA-FEIRA, 21H45MIN
GRÊMIO X BOTAFOGO
*ZHESPORTES
ZERO HORA