Denúncia de venda ilegal de pássaros silvestres em Capão do Leão terminou na apreensão de mais de 170 animais de diversas espécies, em condições precárias de cuidados e higiene. Durante o cumprimento de dois mandados judiciais, um homem que seria o responsável pela venda dos pássaros foi encaminhado à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). A Operação Voo Livre, com foco no combate à apreensão, à caça e ao comércio ilegal de pássaros silvestres, foi desencadeada pela Polícia Civil, em conjunto com a Patrulha Ambiental (Patram) da Brigada Militar.
De acordo com a Polícia Civil, a negociação dos animais silvestres era feita pela internet, através de grupos de WhatsApp. O acusado de realizar a venda fazia parte de diversos grupos e oferecia os pássaros a preços que poderiam chegar a R$,1,2 mil. Quando aprovada a compra, o próprio acusado realizava a entrega dos animais ou os compradores - de diversas regiões do Estado - se dirigiam até Capão do Leão. Para serem enviadas a outras localidades, as aves eram colocadas em caixas de leite ou garrafas PET. A investigação apontou que, em uma das vendas, dez pássaros foram colocados em uma caixa de leite para serem transportados. A Polícia Civil apura a participação de outras pessoas, inclusive de outras regiões do país, no esquema criminoso.
Segundo o comandante da Patram, capitão André Avelino, entre as espécies encontradas estão bicudo, coleiro baiano, coleiro do brejo, coleiro da chácara, coleiro papa capim, sabiá laranjeira, bico duro, sanhaço frade, cardeal, pintassilgo, azulinho, azulão, além de aves de outras regiões do país. Conforme o oficial, os animais estavam em gaiolas sujas, com acúmulo de fezes e em péssimas condições de higiene. Algumas das aves silvestres encontradas na casa do acusado estavam mortas dentro das gaiolas. “É importante que a comunidade denuncie. Conseguimos chegar aos animais através da contribuição da população”, comentou. O acusado é conhecido da polícia pela prática ilegal de venda de pássaros silvestres.
Os animais que estavam sendo mantidos em cativeiro foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Porto Alegre. Lá, é avaliado se possuem condições de retornar ao seu habitat natural.
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