Segundo a delegada plantonista da DPPA, Cristiane Ferreira Ulguim, a Justiça determinou a prisão preventiva do padrasto L.B.S. pelo crime de tortura, seguido de morte, com o agravante de ser a vítima uma criança. (Foto: Flávio Neves)
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Pelotas prendeu ontem um homem de 22 anos suspeito pela morte por agressão do enteado. Davi Brizolari Nogueira, de três anos, deu entrada na sexta-feira (24) à noite no Pronto-Socorro de Pelotas (PSP) sem vida. Um dia depois, sua irmã gêmea também foi levada para o hospital com 50% do corpo com hematomas e duas partes do braço fraturadas.
Segundo a delegada plantonista da DPPA, Cristiane Ferreira Ulguim, a Justiça determinou a prisão preventiva do padrasto L.B.S. pelo crime de tortura, seguido de morte, com o agravante de ser a vítima uma criança. A mãe das crianças, C.J.B.N., 31, também foi detida pelo crime de tortura por omissão. "Ela tem o dever de garantir a segurança e preservar a integridade física dos filhos. No momento que ela viu as agressões e não se mostrou contrariada, será responsabilizada." Os dois estão no Presídio Regional de Pelotas (PRP). A suspeita já havia perdido a guarda do filhos, que eram criados pela avó.Como foi
Conforme a delegada, C.J.B.N. disse que o filho teria passado mal e foi levado para o hospital. Lá, a mãe alegou que o filho havia se engasgado com leite. Os médicos logo perceberam os hematomas e uma hemorragia intra-abdominal em Davi. "Um laudo preliminar do Departamento Médico Legal apontou a causa como 'morte violenta' e que o ferimento interno teria sido provocado por agressões."
Quando a irmã de Davi chegou ao PSP, um dia depois, também com hematomas e o braço quebrado, os médicos acionaram a polícia, que passou a investigar os fatos, chegando ao suspeito das agressões. O padrasto vivia há cinco meses com a mãe das crianças e, segundo testemunhas, na noite de sexta havia sumido de casa, no bairro Fragata.
Com mandado de prisão preventiva em mãos, os agentes da DPCA localizaram L.B.S. às 17h30min deste domingo na estrada da Glória, em Canguçu, próximo às margens da BR-392, na casa da mãe. Ele não resistiu à prisão e nega todas as acusações.
O Conselho Tutelar foi acionado e os cinco filhos de C.J.B.N. foram encaminhados a um abrigo. A irmã de Davi passa bem e teve alta neste domingo.
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